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O que é inovação?

O que é inovação?1 | Introdução

Joseph Schumpeter, economista e cientista político austríaco, destacou a inovação tecnológica no debate sobre desenvolvimento econômico ao ampliar seu conceito para incluir a recombinação de conhecimentos existentes, imitação, experimentação, adaptação de processos e novos arranjos organizacionais. Ele introduziu o conceito de “destruição criativa”, onde o capitalismo progride substituindo tecnologias e produtos antigos por novos, promovendo o surgimento de novas indústrias e impulsionando inovações tecnológicas. Schumpeter argumentou que a inovação não se limita a produtos e processos, mas também abrange novas formas de gestão e mercados. A criatividade, embora essencial, não é suficiente para a inovação, que requer implementação e geração de lucro, como demonstrado pela evolução histórica de invenções até sua aplicabilidade comercial.

A colaboração de Schumpeter no debate sobre inovação

Foi Joseph Schumpeter, economista e cientista político austríaco que viveu entre 1883 e 1950, quem trouxe a inovação tecnológica para o centro do debate sobre o tema do desenvolvimento econômico.

Schumpeter também forneceu algo novo: uma perspectiva ampliada de inovação envolvendo imitação, experimentação, adaptação de processos e de produtos, novos arranjos organizacionais, novas fontes de energia e matérias-primas, assim como P&D.

Mas, acima tudo, consideramos nós, ele trouxe a noção de inovação como fruto também da recombinação de conhecimentos ou tecnologias existentes. Como conclusão desse princípio, tecnologias existentes distintas podem ser recombinadas visando a criação de um ovo produto, processo ou serviço.

Tomemos como exemplo o lançamento do iPhone em 2007. Basicamente todas as tecnologias desse smartphone já existiam. Foi a combinação delas que gerou um produto inovador.

O conceito de destruição criativa

Esse conceito, criado por Schumpeter, preconiza que o sistema capitalista progride por meio da mutação industrial que, por sua vez, revoluciona constantemente sua estrutura econômica. Ou seja, tecnologias emergentes e novos produtos substituem constantemente os antigos.

Esse processo tem, segundo o criador do conceito, a capacidade de contribuir para o surgimento de novas indústrias (mercados) e empresas, as quais abrem caminho para o surgimento de inovações tecnológicas ainda mais avançadas, necessárias para suprir as necessidades do novo cenário emergente.

É possível ver na Figura 1 a dinâmica das ondas de inovação na economia.

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Figura 1 – Ondas de inovação¹

 

Literalmente, eis o que diz Figueiredo sobre as ondas de inovação: “Assim, o aparecimento da energia a vapor possibilitou a emergência das ferrovias que, por sua vez, possibilitou a criação de novas indústrias e novos mercados de trabalho, bem como contribuíram para diminuir os custos dos transportes e acelerar o acesso das pessoas a produtos. A emergência do motor à base de combustão interna abriu caminho para o surgimento da indústria automotiva que, por conseguinte, eliminou a indústria de transporte animal. O aparecimento da indústria automotiva, então, não apenas gerou maior rapidez e conforto na mobilidade das pessoas, como também contribuiu para fomentar outras indústrias como de autopeças, serviços mecânicos, design, petróleo, turismo, entretenimento e varejo, gerando assim novas oportunidades de trabalho. O aparecimento da tecnologia digital não apenas destruiu várias atividades à base de tecnologia analógica, como também abriu caminho para inúmeras inovações em uma ampla gama de áreas desde a manufatura industrial até a agricultura, fotografia, cinema e medicina.”

Os motores propulsores desse processo de inovação são os empreendedores – sejam eles individuais ou constituídos na forma de empresas de pequeno, médio ou grande porte. Esses empreendedores obtém grandes lucros ao inovarem. A partir dessa geração de riqueza, partem para nossos desafios, gerando cada vez mais inovações, muitas vez destruindo suas próprias inovações anteriores.

 

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Um novo conceito de inovação

Schumpeter defendeu que o conceito de inovação não está restrito a produtos e processos, mas que também abarca novas formas de gestão, novos mercados e novos insumos de produção. Atualmente estamos vendo isso com nossos próprios olhos ao vermos a emergência de empresas como, por exemplo, Uber e Airbnb, que mudaram o mercado com novos modelos de negócio que não inovaram em tecnologia, mas no modo de usá-la.

A inovação parte da atividade criativa, seu fundamento, abarcando a implementação de novos produtos, serviços, processo ou arranjos organizacionais. Uma ideia criativa, para ser considerada inovadora, deve ser implementada e lançada no mercado.

“A inovação pode ser definida como ‘a implementação de ideias criativas dentro de uma organização’.”

O processo inovativo tem a criatividade das pessoas como elemento necessário, mas não suficiente para chegar ao seu termo. Sua conclusão dar-se-á com a implementação da inovação e consequente geração do lucro esperado pela organização.

A implementação de uma inovação

A Tabela 1 ilustra como uma invenção, fruto de vasto conhecimento tecnológico, pode demorar para tornar-se uma inovação de fato. Isso reforça a afirmação acima, de que a criatividade é elemento necessário, mas não suficiente no processo inovativo.

Exemplos de produtosInvençãoInovação (ano em que se obteve aplicabilidade comercial)
Turbina hidráulica18241880
Motor a gasolina18601886
Rádio18871922
Insulina18891922
Foguete19031935
Televisão19071936
Penicilina19221941

Tabela 1 – Brecha de tempo entre novas ideias (invenções) e inovações¹

Vale a pena transcrever o exemplo dado por Figueiredo para ilustrar como é necessária união de diferentes tipos e partes de conhecimento para transformá-los em novos produtos e serviços úteis para o mercado e/ou para a sociedade.

“A lâmpada à base de filamento de carbono foi inventada por Humphry Davy, em 1800. Porém, apenas em 1879, após experimentos com milhares de filamentos, Thomas Edison gerou um filamento de carbono em lâmpada livre de oxigênio, a qual possuía vida longa e aplicabilidade comercial.”

 

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Conclusão

Falar de inovação é, necessariamente, falar de Schumpeter. Suas contribuições para o entendimento da inovação tecnológica e seu papel no desenvolvimento econômico são inestimáveis. Sua visão sobre a recombinação de conhecimentos, destruição criativa e a ampla definição de inovação continuam a influenciar o pensamento econômico e as estratégias de negócios até os dias de hoje.

A inovação não é gerada em eventos isolados, mas a partir de um processo que é iniciado com a criatividade e chega ao seu termo através da união diversos atores, cada qual com conhecimentos específicos e essenciais para o sucesso de um projeto.

 

1 FIGUEIREDO, Paulo N. Gestão da inovação: conceitos, métricas e experiências de empresas no Brasil. GEN, LTC, 2009.

 

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Edwin Lima é consultor em Recursos para Inovação (Incentivos Fiscais, Captação de Recursos e Gestão da Inovação) e atua há mais de 10 anos assessorando empresas a melhorarem seus resultados através de recursos para inovação, contemplando as áreas de incentivos fiscais para P&D (Lei do Bem, Tecnoparque Curitiba entre outros);captação de recursos para projetos (FINEP, BNDES, FAPESP entre outros) e implementação de sistema de gestão da inovação (ISO 56002).

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