Sou realmente eficaz na utilização da Lei do Bem?

Olá!

A partir da experiência de alguns anos no levantamento de dispêndios em PD&I para a Lei do Bem, gostaria de compartilhar algo com todos aqui na rede.

Mais importante do que a identificação dos dispêndios realizados com PD&I visando usufruir dos incentivos da Lei do Bem, é a mensuração do impacto da redução de carga tributária no orçamento da empresa.

Identificar o que e quanto foi gasto é relevante pois que se faz necessário, mas não pode ser considerado como um trabalho único e suficiente.

Muitas pessoas das áreas fiscal, contábil ou financeira – e mesmo consultorias – expõem com orgulho que os ganhos com a Lei do Bem têm crescido ano a ano. No entanto, esses números, considerados isoladamente, não dizem muita coisa, ou melhor, dizem quase nada.

Dando um exemplo extremo, é como se eu criticasse as políticas de trânsito brasileiras por terem ocorrido centenas de acidentes em um feriado prolongado, elogiando ao mesmo tempo a políticas de trânsito do Vaticano por que lá praticamente não ocorrem acidentes.

O que verdadeiramente interessa é a capacidade de redução de carga tributária sobre o orçamento para PD&I, uma vez que nem tudo o que é orçado pode ser objeto dos incentivos.

No final das contas, o executivo quer visualizar qual fatia do orçamento para PD&I foi “economizada” com o uso dos incentivos. Esse sim é um dado relevante e que faz toda a diferença na definição da estratégia de execução dos próximos orçamentos.

Atendendo empresas de diversos setores há alguns anos, – pasmem! – uma única vez tive a oportunidade de ouvir de um executivo que esse era o dado relevante para ele.

Se os valores de incentivos diminuírem, que mal haveria nisso, se o orçamento para PD&I caiu?

Se os valores aumentaram 30% nesse ano, poderíamos soltar fogos de artifício se o orçamento para PD&I dobrou?

Devemos levantar tais questões desde o início do levantamento de dispêndios para a Lei do Bem, nos perguntando:

  • Qual orçamento tenho a executar?
  • Quais são as rubricas deste orçamento?
  • Como o orçamento está sendo executado no tempo?
  • Quanto espero recuperar?

Enfim, a estratégia deve ser a guia de nossas ações. Dados relevantes são dados estratégicos. Por isso, o trabalho operacional deve gerar informações estratégicas e à estratégia servir.

Espero ter ajudado a todos.

Forte abraço!

Edwin Lima

Publicado originalmente no LinkedIn


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Edwin Lima é consultor em Recursos para Inovação (Incentivos Fiscais, Captação de Recursos e Gestão da Inovação) e atua há mais de 10 anos assessorando empresas a melhorarem seus resultados através de recursos para inovação, contemplando as áreas de incentivos fiscais para P&D (Lei do Bem, Tecnoparque Curitiba entre outros);captação de recursos para projetos (FINEP, BNDES, FAPESP entre outros) e implementação de sistema de gestão da inovação (ISO 56002).

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