As relações profissionais do futuro

Conversando com colegas de trabalho soubemos de um profissional da área Contábil-Fiscal, funcionário de uma empresa no interior de São Paulo, que disse a seguinte frase:

“Estou planejando mudar de trabalho e passar a ser um consultor autônomo. Aqui na empresa eu conseguiria realizar todas as minhas atividades usando só 3 horas do dia, e eles me pagam para ficar o dia todo, o que é um desperdício. Com o restante do tempo eu poderia atuar em outras empresas e a empresa onde trabalho poderá reduzir seus custos.”

Tal frase, apesar de completamente correta, ainda nos espanta, mas demonstra o início de uma drástica mudança no modelo que regula as relações de trabalho, uma vez que aquilo que os grandes gurus “previam”, já está ocorrendo ao nosso redor.

Com o advento de uma era na qual a inovação é o mote de toda estratégia de negócio e com a transição de processos automáticos para processos autônomos (indústria 4.0), muitas profissões estão sendo extintas enquanto novas estão surgindo.

Nosso tempo ficará marcado pelo início de uma profunda transformação do modelo que regula as relações profissionais: a extinção do modelo tradicional de contrato de trabalho regulado pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e a mudança para um modelo de prestação de serviços, o que aumentará significativamente o empreendedorismo.

Mesmo com a flexibilização das leis trabalhistas recentemente implementadas no Brasil, será difícil conseguimos reduzir significativamente nossas taxas de desemprego, uma vez que para se preparar para essa nova realidade do mercado de trabalho o melhor caminho é a educação de qualidade, a aplicação prática dos conhecimentos em suas experiências de vida e profissionais, e a busca contínua pelo saber mais.

Tomar para si a responsabilidade pela sua própria formação, direcionar uma carreira com clareza de onde se quer chegar, não se acomodar e nem se conformar com o que produz, desafiar o status quo e criar um bom networking são alguns dos ingredientes fundamentais para quem quer se destacar.

O mercado reclama por falta de mão de obra qualificada (mais de 200 milhões de profissionais no mundo nas próximas 2 décadas, segundo a consultoria Roland Berger) enquanto presenciamos um aumento global do desemprego causado especialmente por falta de aderência das qualificações profissionais aos desafios disponíveis nesse processo de transformação constante e cada vez mais rápido que vivemos.

O profissional do futuro precisará ter uma visão mais holística, multidisciplinar, predominantemente intelectual e gerencial, com habilidades de tomada de decisão, concentrando-se cada vez mais em atividades estretégicas e na gestão de fornecedores e projetos.

Inovar na própria carreira, visualizar oportunidades, integrar conhecimentos de diferentes áreas, e estar sempre aberto a novos aprendizados farão a diferença em qualquer profissão.

Reinventar-se o tempo todo e aprender a lidar com o desconhecido deverão ser constantes na vida dos profissionais do século XXI.

Artigo de Edwin Lima e Mauro Tonon

Publicado originalmente no LinkedIn


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Edwin Lima é consultor em Recursos para Inovação (Incentivos Fiscais, Captação de Recursos e Gestão da Inovação) e atua há mais de 10 anos assessorando empresas a melhorarem seus resultados através de recursos para inovação, contemplando as áreas de incentivos fiscais para P&D (Lei do Bem, Tecnoparque Curitiba entre outros);captação de recursos para projetos (FINEP, BNDES, FAPESP entre outros) e implementação de sistema de gestão da inovação (ISO 56002).

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