Os gatilhos de descontinuidade

Nesse artigo falaremos sobre os gatilhos da descontinuidade, conceito tratado por Tidd e Bessant1 no clássico “Gestão da Inovação”, que se refere a uma causa da interrupção das regras funcionais do modelo de negócio até então vigentes. Vamos ao artigo!

Contextualizando

Quando uma fórmula é capaz de solucionar um problema, a tendência é buscarmos por uma regra que ao ser aplicada em outras situações similares seja capaz de ser eficiente em sua resolução.

Diz a lenda que Isaac Newton, dormindo debaixo de uma macieira, ao ter sua cabeça atingida por uma maçã, percebeu que havia uma força que fazia com que aquela fruta fosse atraída ao solo. Ao desenvolver seus estudos conseguiu generalizar e identificar que a mesma força que atuava na maçã, mantinha a lua em sua órbita.

IsaacNewton

Isaac Newton

Em vista disso, a tendência é que para algumas empresas, em se tratando do modo de “fazer” inovação, ele ocorre de forma regular, estável, sendo até mesmo capaz de ser generalizado e consequentemente aplicado no desenvolvimento ou aprimoramento de novo produto ou processo. Porém, para outras empresas, quando há alguma alteração nas regras de “fazer” inovação, tudo muda.

Os gatilhos de descontinuidade

Tidd e Bessant, ao tratarem da questão da descontinuidade envolvendo a inovação, se referem a um termo bem interessante, o gatilho de descontinuidade. Ele é a causa da interrupção das regras funcionais do modelo de negócio até então vigentes, impondo a necessidade de uma nova tratativa para que a empresa não fique obsoleta e consequentemente desapareça do mapa.

Conhecer esses gatilhos e saber qual é a estratégia de inovação da empresa são requisitos necessários para que ela se antecipe frente aos possíveis cenários de descontinuidade na inovação.

Quais são esses gatilhos de descontinuidade?

Os gatilhos de descontinuidade possuem diversas características, podendo afetar as empresas de formas distintas, são eles:

  • Surgimento de novo mercado: a empresa por estar estabelecida, não se atenta ao aparecimento de novos mercados.
  • Surgimento de nova tecnologia: justamente pela novidade tecnológica, muitas vezes essa tecnologia não está no radar da empresa.
  • Surgimento de novas regras políticas: como é o caso da queda do comunismo e ascensão do capitalismo, onde empresas estatais, ao não se adaptarem ao novo cenário, acabaram ruindo.
  • Situação sem perspectivas: em empresas maduras, muitas vezes não há espaço para inovação, em função de rotinas muitas vezes já estabelecidas.
  • Mudança de maré no comportamento/ sensibilidade de mercado: é a mudança de comportamento, sensibilidade e opinião do público que determina o surgimento de novos modelos.
  • Desregulamentação/mudanças nos regimes regulatórios: novas regras, desregulamentações, questões jurídicas, regras ambientais.
  • Fraturas ao longo de “linhas falhas”: questões de preocupações de minorias que são impostas, geralmente resultados de pressões de alguns grupos, como exemplo da saúde em detrimento da obesidade no consumo de fast food.
  • Eventos imprevistos: são situações imprevisíveis, como por exemplo tragédias.
  • Inovação de modelo de negócio: modelos de negócios estabelecidos no mercado que mudam as regras, impondo o remodelamento do negócio.
  • Inovação de arquitetura: uma mudança no sistema que gera o impacto em cadeia nos seus componentes.
  • Alterações no “paradigma tecno econômico” – mudanças sistemáticas que impactam setores inteiros ou mesmo sociedades inteiras: basicamente a mudança de paradigma.

 

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Por que é importante conhecer os gatilhos de descontinuidade?

Em suma, o conhecimento dos gatilhos de descontinuidade, juntamente com o conhecimento do estágio em que empresa se encontra, seja ela madura, já estabelecida no mercado ou não, é importante para o mapeamento dos riscos, impactos e das eventuais tratativas para lidar com esses agentes.

Essa antecipação possibilita à empresa a construção de estratégias para fomentar a adaptabilidade no modo de “fazer” inovação.

A importância de um Sistema de Gestão da Inovação

Qual é o estágio de inovação da sua empresa? Quais são os gatilhos de descontinuidade que podem colocar sua empresa em risco?

A implementação de um Sistema de Gestão da Inovação certamente ajudará seu negócio a responder essas questões e vencer os grandes desafios da inovação.

A ISO, uma organização internacional para normatização, publicou recentemente a ISO 56002, uma norma de diretrizes para a implementação de um Sistema de Gestão da Inovação a partir das melhores práticas já testadas mundialmente.

Aqui, nesse artigo, falamos sobre essa norma e seus benefícios para que sua empresa possa vencer os desafios da inovação através de um Sistema de Gestão.

Para saber mais sobre a ISO 56002 entre em contato conosco e poderemos ajudá-lo nessa jornada.

 

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1 TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da Inovação. Tradução: Félix Nonnenmacher. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2015.

 


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Edwin Lima é consultor em Recursos para Inovação (Incentivos Fiscais, Captação de Recursos e Gestão da Inovação) e atua há mais de 10 anos assessorando empresas a melhorarem seus resultados através de recursos para inovação, contemplando as áreas de incentivos fiscais para P&D (Lei do Bem, Tecnoparque Curitiba entre outros);captação de recursos para projetos (FINEP, BNDES, FAPESP entre outros) e implementação de sistema de gestão da inovação (ISO 56002).

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